Iniciativa integrada no programa Abril Mês da Liberdade - Peniche 2013
Em PENICHE "A poesia anda por aí" e convida para um… Itinerário Poético com "ARTE E LIBERDADE", na Fortaleza/Prisão política
19-04-2013
Mês da Liberdade - 27 Abril 2013
Abril é um mês de efemérides: do dia internacional do Livro Infantil (2) e do Livro (23) ao dia do Beijo (13), passando pelos dias do Café (14), dos Monumentos e Sítios (18), do Sorriso (28) ou da Dança (29), praticamente todos os dias deste mês têm a ele associada uma efeméride nacional ou mundial.
Em Portugal, e particularmente em Peniche, este mês é também indissociável do 25 de abril de 1974 e- de há uns anos a esta parte- há toda uma agenda especialmente planeada para assinalar este como o Mês da Liberdade.
O projecto "A poesia anda por aí" não tem ficado fora desta agenda e, mais uma vez, integra a deste mês, desta feita com a designação Itinerário poético Arte e liberdade…
O encontro está marcado para o próximo dia 27 de abril, sábado, pelas 21h30, na Fortaleza de Peniche.
Chamámos-lhe itinerário porque a ideia é percorrer alguns dos espaços da Fortaleza à medida que vamos evocando as várias efemérides de abril, através da poesia, da música e da dança: será por isso um tempo de poesia, marcado por momentos artísticos, no espaço que – na nossa cidade- alberga o Estúdio Municipal de Dança, a ALA (Associação Local de Artes) e o Museu Municipal.
Albergou também, em tempos, e como é do conhecimento de todos, uma prisão política: uma daquelas a que abril abriu as portas*…e, naturalmente, também esse será um dos acontecimentos evocados.
Arte e liberdade serão assim o mote para uma noite em que, entre o mar e a imponência e significado de um dos monumentos ex-libris da nossa terra, partiremos à descoberta, tendo a poesia como bússola.
Aconselha-se, por isso, calçado adequado para o caminho, agasalho em conformidade com o sítio e disponibilidade interior para nos deixarmos levar como os marinheiros de Quinhentos, que Ary dos Santos também recorda neste excerto do seu poema*:
(…) Dai ao povo o que é do povo
pois o mar não tem patrões.
– Não havia estado novo
nos poemas de Camões!
Havia sim a lonjura
e uma vela desfraldada
para levar a ternura
à distância imaginada.
Foi este lado da história
que os capitães descobriram
que ficará na memória
das naus que de Abril partiram
das naves que transportaram
o nosso abraço profundo
aos povos que agora deram
novos países ao mundo(…)
* As portas que Abril abriu, de José Carlos Ary dos Santos, Lisboa, Julho-Agosto de 1975