“O Mar Começa Aqui… O Mar Começa em Ti”
8 de junho é o Dia Mundial dos Oceanos e o tema do ano 2021 é "Os oceanos: vida e subsistência".
O Oceano tem sido um elemento bastante fustigado, nomeadamente pela quantidade de plásticos que se acumulam nos fundos, provocando um grave problema ambiental que afeta ecossistemas costeiros e oceânicos em todo o globo.
Com o objetivo de sensibilizar e consciencializar a comunidade para o facto de que todos os resíduos descartados para o chão podem acabar por ser conduzidos até ao mar através das redes de águas pluviais, o Município de Peniche aderiu ao projeto “O Mar Começa Aqui… O Mar Começa em Ti”, no qual as crianças e jovens que integram as Eco-Escolas, pintam sarjetas e sumidouros, no espaço envolvente e nas suas escolas.
“O MAR COMEÇA AQUI” é um projeto promovido pela Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) e no qual as crianças e jovens que integram as Eco-Escolas participaram com desenhos/maquetes, elaboradas em linha com a mensagem do projeto, e com os seguintes objetivos:
- Compreender a necessidade de preservação dos ecossistemas e da biodiversidade em geral e da qualidade da água doce e salgada em particular
- Educar para uma cidadania ativa incitando os jovens a passar a mensagem de que “Tudo o que cai no chão, vai parar ao mar” a toda a comunidade educativa
- Estimular a criatividade dos alunos, através do desenvolvimento de competências em áreas como a expressão plástica.
- Implementar estratégias de cooperação escolas-autarquias para a promoção da sustentabilidade.
As pinturas de sarjetas/sumidouros serão realizadas pelos alunos do Centro Escolar de Atouguia da Baleia, Escola Básica 2,3 de Atouguia da Baleia Escoa, Escola Básica de Ferrel e Escola Secundaria de Peniche, tendo inicio no Dia Mundial dos Oceanos e decorrendo até ao dia 15 de junho.
Sabia que tudo o que acaba no chão é levado – por ação da chuva, vento ou lavagens – para uma sarjeta ou sumidouro? Sabia que esse é o caminho mais rápido para poluir o mar?
Nem sempre nos apercebemos, mas as sarjetas e sumidouros, criadas para canalizar as águas da chuva impedindo alagamentos nas zonas urbanas, estão ligadas a uma rede pluvial que drena diretamente para o mar, ou para outros cursos naturais de água. Essas sarjetas de passeio e sumidouros são frequentemente objeto de deposição de resíduos, quer decorrentes do arrastamento das águas da chuva, quer decorrentes da atividade humana, como óleos alimentares, garrafas, beatas, entre outros.
Sabia que uma boa parcela dos custos de uma autarquia é canalizada anualmente para a varredura de resíduos decorrentes da atividade humana? Como óleos alimentares, garrafas, beatas, entre outros, com custos para os contribuintes que poderiam ser canalizados para outras áreas socioculturais ou mesmo ambientais.
Compete às autarquias não só assegurar a provisão do serviço de gestão de resíduos urbanos no seu território, garantindo a limpeza das vias e espaços públicos, sarjetas e sumidouros à superfície, mas também alertar e sensibilizar a população em geral e para a comunidade escolar em particular, para as consequências, quer nos ecossistemas terrestres, quer nos ecossistemas marinhos, da incorreta deposição dos resíduos.
Sabia que em Portugal são atiradas para o chão 7000 beatas por minuto? Muitas são arrastadas para as sarjetas e acabam nos rios e oceanos, demorando até 20 anos a decompor-se – mais do que os sacos de plástico e as palhinhas – e libertando mais de 4000 substâncias nocivas para o meio ambiente.
De acordo com a Lei n.º 88/2019, de 3 de setembro, as pontas de cigarros, charutos ou outros cigarros contendo produtos de tabaco passam a ser equiparadas a resíduos sólidos urbanos e, por isso, o seu "descarte em espaço público", constitui uma contraordenação punível com coima mínima de €25 e máxima de €250.
O correto será deitar os resíduos nos locais apropriados como no esgoto doméstico (águas de lavagens na sanita) e contentores de lixo e papeleiras disponíveis na via pública, reciclando sempre que possível os papéis, garrafas, embalagens de plástico, tampas, beatas, etc.
Porque "O Mar Começa em Ti…"