No seguimento da anterior evocação de reconhecidos vultos e instituições do panorama teatral português, como Amália Rodrigues (2006), Artistas Unidos (2007), Isabel de Castro, Vasco Santana, Beatriz Costa (2008), Eunice Muñoz (2009) e Raul Solnado (2010), será relembrado o papel do Teatro Moderno de Lisboa na dignificação do espectáculo teatral, enquanto companhia que marcou indelevelmente a história do Teatro português, segundo as palavras de José Carlos Alvarez (Director do Museu Nacional do Teatro):
“A jovem ‘sociedade de actores’ que no fim de 1961 se constituiu adoptando o nome de ‘Teatro Moderno de Lisboa – TML’ é um dos casos mais sérios de companhias portuguesas, tanto pelos intuitos a que se propõe, como pelos elementos que dispõe”, podia ler-se na revista “Vértice” de Fevereiro de 1962. Esta “sociedade de actores”, coisa nova na nossa vida teatral de então, propunha, com efeito, uma séria renovação do teatro português, desde a forma (autónoma) de se constituírem como companhia, até à concepção total do espectáculo, com uma marcante intervenção de criadores de outras artes, e da escolha dos reportórios. Constituída por um excepcional grupo de jovens actores (Cármen Dolores, Rui de Carvalho, Rogério Paulo, Costa Ferreira, Armando Cortez, Fernando Gusmão, Morais e Castro, Armando Caldas, entre outros), quase todos vindos do Teatro Nacional Popular de Francisco Ribeiro, esta companhia assumiu-se claramente, desde o seu inicio, como um agrupamento verdadeiramente independente, sendo por todos considerada como a fundadora dessa forma de teatro em Portugal. A este propósito, lia-se ainda naquele número da revista “Vértice” que “os anseios do Autor, Actor e Espectador, formam”, nos espectáculos do TML,”um verdadeiro ‘triângulo de juventude’ que é interessante fixar para que se desenhe com verdade um característico aspecto de renovação do teatro em Portugal”. Nas sábias palavras de Cármen Dolores, o que de facto se passou nas idas e (infelizmente) curtas temporadas de 1961/61, 1962/63 e 1964/65 foi o “despertar de uma geração”.
Fazendo esta merecida evocação, terão lugar no dia 10 de Março, pelas 21h30, no auditório do Edifício Cultural, algumas Conversas soltas sobre… “O Teatro Moderno de Lisboa: 50 anos depois”, evento moderado por José Carlos Alvarez, contando com a presença dos actores Armando Caldas, Rui Mendes, Clara Joana e Ângela Ribeiro, ao qual se seguirá a abertura da Exposição “Teatro Moderno de Lisboa: 50 anos depois”, que estará patente ao público na Sala de Exposições deste espaço cultural até 3 de Abril.
Ainda no domínio da actividade teatral terá lugar, nos dias 26 e 27 de Março, coincidindo com o Dia Mundial do Teatro, o Workshop “Técnicas de Interpretação Teatral”, orientado por Luísa Ortigoso, actriz e directora de actores. Esta formação artística decorrerá no Auditório do Edifício Cultural, podendo as inscrições ser efectuadas na Biblioteca Municipal, até 21 de Março.