Pela sua importância enquanto cerâmica doméstica utilitária, muito comum no concelho, destaca-se como Património do Mês de junho um conjunto de três alguidares de barro com diferentes tamanhos.
Trata-se de alguidares em barro vermelho cozido, de base plana e circular, corpo tronco-cónico de base invertida e bordo saliente. De grandes dimensões, os seus bordos superiores oscilam entre os 54 e os 74 cm de diâmetro. As superfícies interiores encontram-se revestidas por vidrado, apresentando uma tonalidade verde, num dos casos, ou vermelho-acastanhada, nos outros dois exemplares.
De notar que dois destes exemplares se encontram gateados. Tal permitia que, quando rachados, fossem preservados e mantivessem a sua utilização, através de um sistema de junção por elementos metálicos, designados “gatos”, sendo a fratura impermeabilizada com argamassa. Alguns artesãos locais eram especializados, entre outros afazeres, na arte de gatear peças de barro.
É um utensílio que se fabrica em diversos tamanhos, tendo tradicionalmente grande utilidade no serviço doméstico. Os seus usos são múltiplos, servindo de recipiente para amassar o pão ou na preparação das carnes aquando da matança do porco.
Estes alguidares, que datam de meados do século XX, pertenciam a uma coleção privada, tendo integrado o espólio etnológico do Centro Interpretativo de Atouguia da Baleia, através de doação consubstanciada em 2009, com os seguintes números de inventário: MAB000533, MAB000536 e MAB000537.