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Centro Interpretativo de Atouguia da Baleia
Integrado na Rede Museológica do Concelho de Peniche, o CIAB – Centro Interpretativo de Atouguia da Baleia tem como objetivo o estudo, valorização e divulgação do património histórico e cultural do concelho, proporcionando uma visão integrada da Região Histórica de Atouguia da Baleia. Para tal, abarca conhecimentos de diversas áreas científicas que vão desde a geologia e da paleontologia à arqueologia e à história, passando também pela geografia humana e pela antropologia. A sua gestão assume um caráter tripartido, associando três entidades – Município de Peniche, Junta de Freguesia de Atouguia da Baleia e Fábrica da Igreja Paroquial da Freguesia de São Leonardo de Atouguia da Baleia. Para este projeto concorrem também os contributos das populações da freguesia e do concelho. O projeto implicou a reabilitação de um edifício histórico – a igreja de S. José, integrada no circuito de visita do CIAB – e a construção de edifício anexo, sede do núcleo. Para além das obras, desde 2007 que se desenvolvem, de forma sistemática, trabalhos visando o estudo, inventário, conservação e valorização do património integrado ou a integrar, em espaço museológico e in situ. Destes, destacam-se a conservação e restauro do espólio do CIAB, com realce para os trabalhos no Retábulo do Altar-Mor da Igreja de S. José, bem como o projeto Inventário Participativo do Património Cultural, que, com o apoio das coletividades e populações das diversas localidades da freguesia, permitiu um maior conhecimento da matriz cultural e o levantamento do património atouguiense.
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Escola Municipal de Rendas de Bilros
Criada em 1987, a Escola Municipal de Rendas de Bilros de Peniche, surgiu com o propósito de salvaguardar a arte de tecer a renda de bilros. Está localizada no edifício do Posto de Turismo de Peniche, no centro da cidade e é hoje uma referência como baluarte na defesa deste património local. É frequentada por alunas de todas as idades.
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Fortaleza de Peniche
Mandada edificar por D. João III em 1557 e concluída em 1645 por D. João IV, que a considerou a principal chave do Reino pela parte do mar, destaca-se na Fortaleza de Peniche, para além da típica traça em estrela, o Baluarte Redondo - primeira fortificação construída na península de Peniche - a Torre de Vigia, e a capela de Santa Bárbara. Este imóvel viu o seu espaço utilizado de forma diversa de acordo com as necessidades e as vicissitudes históricas de cada época. Praça militar de vital importância estratégica até 1897, abrigo de refugiados Boers provenientes da África do Sul no início do séc. XX, residência de prisioneiros alemães e austríacos durante a Primeira Guerra Mundial, prisão política do Estado Novo entre 1934 e 1974, alojamento provisório de famílias portuguesas chegadas das antigas colónias ultramarinas em 1974, e a partir de 1984 albergue do Museu Municipal, até 20 de novembro de 2017, a Fortaleza de Peniche assume especial relevância enquanto importante documento de uma diacronia histórica de índole local e nacional.
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Forte de S. João Baptista
Forte de S. João Baptista, localiza-se na Ilha da Berlenga, tendo sido mandado edificar em 1651, por ordem de D. João IV, e concluído 1656.Construído com a finalidade de impedir a ocupação desta ilha por corsários norte-africanos ou por potências inimigas, viveu em Junho de 1666 o episódio bélico mais célebre da sua história.Nessa data, o Forte de S. João Baptista foi sitiado por uma esquadra espanhola, composta por catorze naus e uma caravela, comandada por D. Diogo Ibarra. Defendida, à altura, por uma pequena guarnição, inferior a vinte homens, e contando com apenas nove peças de artilharia, esta fortificação liderada pelo cabo Avelar Pessoa, conseguiu resistir durante dois dias ao feroz bombardeamento inimigo, bem como provocar importantes baixas nas forças sitiantes, traduzidas num elevado número de mortos, uma nau afundada e duas outras fortemente danificadas, contra um morto e quatro feridos lusos. O esgotamento dos mantimentos e das munições, e a deserção de um dos soldados, que expôs a D. Diogo Ibarra a dramática situação da guarnição portuguesa, motivaram por fim a capitulação do Forte de S. João Baptista.
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Fonte do Rosário
Território tradicionalmente deficitário em água potável, a península de Peniche ostenta ainda hoje uma paisagem marcada pela ampla diversidade de fontes e poços, destacando-se destas a Fonte do Rosário. A Fonte do Rosário é uma imponente fonte de mergulho, na qual para maior comodidade de uso, foi construída uma rampa de acesso e um pequeno pátio interior que permitia a inversão do sentido de marcha das carroças e animais que transportavam a preciosa água para a Vila. Provavelmente construída no séc. XVI ou XVII, para atender às necessidades da terra, foi restaurada no séc. XVIII, de acordo com a data de 1717 gravada na pedra central do arco de entrada.
(ENCERRADA AO PÚBLICO) -
Forte da Consolação
O Forte de Nossa Senhora da Consolação, mandado edificar em 1641 por D. João IV, e concluído em 1645, segundo lápide existente acima do portão principal, insere-se numa ampla política de defesa e fortificação da linha costeira da região de Peniche, com forte implemento após a Restauração. Este reduto edificado sobre o cerro de Nossa Senhora da Consolação, implantando-se sobranceiramente sobre a baía a Sul do istmo de Peniche, tinha na sua potente artilharia, cujo alcance cruzava com o da Fortaleza de Peniche, importante obstáculo a qualquer desembarque hostil nas praias da dita baía, local onde já anteriormente haviam desembarcado em 1589 as tropas inglesas lideradas por D. António, Prior do Crato.
(ENCERRADO AO PÚBLICO) -
Igreja de S. Leonardo - Atouguia da Baleia
A Igreja de S. Leonardo localizada na antiga vila de Atouguia da Baleia constitui o mais antigo templo cristão do concelho, datando do séc. XII. Esta igreja de estilo gótico, consagrada a S. Leonardo, terá sido edificada, segundo a tradição, utilizando ossos de uma baleia que teria dado à costa. Na sua frontaria apresenta um belíssimo portal em ogiva rematado por capiteis onde figuram representações estilizadas de seres mitológicos. Salienta-se ainda a rosácea, a torre sineira, rematada no coruchéu por duas pirâmides de arestas acogulhadas, e, na parte posterior, uma abside coroada por um renque de merlões. O interior da igreja é dividido em três naves, por uma imponente arcaria ogival. Na capela-mor pontificam os retábulos e as pinturas quinhentistas, para além do túmulo de D. Álvaro Gonçalves de Ataíde, 1º Conde de Atouguia. De referir ainda o soberbo frontal de altar constituído por um baixo-relevo em calcário branco representando a Natividade.
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Igreja de Nossa Senhora da Conceição - Atouguia da Baleia
A Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Atouguia da Baleia, datada dos finais séc. XVII, é um templo de estilo barroco, atribuível ao arquitecto João Antunes, construído com as esmolas da população e de algumas figuras da nobreza portuguesa seiscentista, como a rainha D. Maria Sofia Isabel de Neuburgo, segunda mulher de D. Pedro II. No interior, de uma só nave abobadada, destaca-se a capela-mor revestida a mármore, de diversas tonalidades (desde a colunata torsa do retábulo até aos medalhões das paredes laterais e do tecto), o altar de talha dourada, onde se abriga a imagem da padroeira, peça seiscentista, e as pias de água benta, de mármore da Arrábida, esculpidas em forma de concha.
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Igreja de S. Pedro
A Igreja de S. Pedro localiza-se no coração do centro histórico de Peniche, constituindo o maior templo do concelho. Esta igreja, datada do final do séc. XVI, apresenta-se dividida em três grandes naves. Nas naves laterais pontificam vários altares consagrados a divindades como Nossa Senhora da Boa Viagem, o Senhor do Bonfim, ou S. Pedro de Alcântara. Já na nave central destaca-se a magnificência barroca da capela-mor consagrada a S. Pedro, decorada com talha dourada e ostentando belíssimas colunas dorsas, para além de várias pinturas setecentistas representando cenas da vida do santo padroeiro. Trata-se, sem dúvida, da mais imponente igreja do concelho.
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Igreja da Misericórdia
A Igreja da Misericórdia, data do início do séc. XVII, sendo pertença da Santa Casa da Misericórdia de Peniche. Esta igreja, anexa ao antigo hospital da referida instituição, ostenta no seu interior uma rara beleza decorativa, visível nos painéis azulejares seiscentistas, nas pinturas a óleo, algumas de grande dimensão, que decoram as paredes com cenas alusivas a acontecimentos evangélicos, e no tecto decorado com caixotões, ilustrando cenas da Vida e Paixão de Cristo.
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Santuário da Nossa Senhora dos Remédios
A Capela de Nossa Senhora dos Remédios localizada junto à costa no extremo ocidental da península de Peniche, constitui a base de um Santuário consagrado ao culto mariano. Desconhece-se a data de construção desta igreja supondo-se todavia que esta terá sido edificada provavelmente no séc. XVI. Segundo a lenda a imagem de Nossa Senhora terá sido encontrada no séc. XII escondida numa pequena caverna, situada no local onde hoje se ergue a capela, tendo-se iniciado, a partir dessa data, o culto da chamada Senhora dos Remédios. A importância deste culto traduzido em peregrinações anuais, os círios, terá motivado a criação de um santuário no séc. XVII, composto pela referida igreja e por uma praça fronteira orlada de casas nas quais residiam o ermitão e os mordomos, se abrigavam os romeiros, e se implantavam as cavalariças. No que toca a este templo de salientar a capela-mor onde se venera a imagem de Nossa Senhora, os painéis de azulejos setecentistas evocando episódios da Paixão de Cristo, e a chamada capelinha do Senhor Morto, onde se venera uma imagem de Cristo, apelidada de Senhor dos Remédios.
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Touril Atouguia da Baleia
Datável possivelmente do séc. XVIII, o Touril, tal como o nome indica, parece corresponder a uma estrutura utilizada, como palco de lides tauromáquicas, porventura pela ociosa família real e nobreza, frequentemente hospedada no vizinho Paço da Serra de El-Rei. Desta estrutura, localizada no largo fronteiro à igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Atouguia da Baleia, ainda se observam vários esteios de pedra, cravados no chão, delimitando a "arena", apresentando os tradicionais três orifícios. O Touril de Atouguia da Baleia corresponde a um dos raros e, simultaneamente, mais antigos exemplares do género existentes em Portugal.